1.22.2007

O acto sexual é para ter filhos

A discussão é antiga, mas o tema mantém-se actual. No próximo dia 11 de Fevereiro, já por aqui foi dito, vai a votos a legalização da interrupção voluntária da gravidez por opção da mulher nas primeiras 10 semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado.

Para abrir o apetite à discussão e porque o "Blog Que Se Quer" não vai ficar de fora deste debate (já ficámos de fora de coisas a mais...) deixo aqui um clássico episódio passado na discussão sobre este mesmo tema no longinquo ano de 1982. A frase que dá título ao post foi proferida na Assembleia da República no dia 3 de Abril de 1982, pelo então deputado do CDS João Morgado.

A também deputada Natália Correia, num poema com muito humor, responde ao "forte" argumento proferido pelo deputado democrata-cristão. O poema aqui reproduzido foi publicado depois pelo Diário de Lisboa em 5 de Abril desse ano e fez rir todas as bancadas parlamentares, sem excepção, chegando mesmo a ter de se interromper os trabalhos parlamentares por esse motivo:

Já que o coito - diz Morgado -
tem como fim cristalino,
preciso e imaculado
fazer menina ou menino;
e cada vez que o varão
sexual petisco manduca,
temos na procriação prova
de que houve truca-truca.

Sendo pai só de um rebento,
lógica é a conclusão
de que o viril instrumento
só usou - parca ração! -
uma vez. E se a função
faz o órgão - diz o ditado -
consumada essa excepção,
ficou capado o Morgado.

(Natália Correia, 3 de Abril de 1982)

ACR

1 Comments:

Anonymous Anonymous said...

aprende-se a gostar de n.c.

12:18 PM  

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