3.05.2008

O massacre dos seis dias



Israel fez mais uma incursão pela Faixa de Gaza (a zona com maior densidade populacional do mundo, num lugar sem arranha céus) e deixa um novo rasto de destruição e mortos, muito deles civis desarmados (55, segundo a Agência da Onu para os refugiados Palestinianos), incluíndo um bébé de 6 meses, morto após o bombardeamento do próprio complexo da agência da ONU para os refugiados, atacado objectivamente por Israel.

Não nos iludamos, o Hamas é um movimento terrorista que, não conseguindo fazer ataques suicidas em Israel(lembram-se do último?), de modo a manter uma presença política e espiritual na Faixa de Gaza, manda, de vez em quando, uns rockets artesanais, que muitas vezes nem atingem sequer Israel...

Israel, um dos mais bem armados exércitos do Mundo, de modo a manter a povo Israelita subjugado à lógica de guerra, auto-defesa e espírito de sobrevivência do seu Povo, chacina de forma completamente desproporcionada as populações civis, cortando os fornecimentos de água, luz, medicamentos, entre outros bens.

Acidentalmente, mata algum líder terrorista.

As pessoas morrem nos hospitais porque não há electricidade, as pessoas morrem porque Israel não deixa passar os medicamentos (contrabandeados pelos túneis que ligam ao Egipto) que escasseiam e morre-se porque não há autorização para que uma ambulância com uma criança estropiada de 3 ou 4 anos atingida por ataques aéreos possa passar os check points e receber assistência médica. .

Isto é um genocídio pensado cientificamente aos qual se assiste ciclicamente (ao quarto ou quinto dia, quando a pressão internacional é audível, vêm os EUA dizer que é preciso moderação e negociações, 3 dias depois a Condolezza vai a Israel e a Gaza e depois recomeça tudo de novo).

Ver uma reportagem na TV sobre a vida em Gaza choca. Israel faz check points entre aldeias e proibe que familiares assistam a funerais dos seus familiares. As crianças palestinianas têm em média, 70 dias de aulas por ano. Israel proibe os funerais islâmicos dentro dos seus padrões, que obrigam a um enterro rápido e obriga os familiares a ficar, dias e dias, com os seus mortos em casa, por puro sadismo. Os poucos médicos palestinianos (e voluntários isrealitas) são presos dias antes das ofensivas terrestres e aéreas para reduzir a assistência aos feridos. O enxovalho é diário. As privaçoes e humilhações enormes.

Claro que germina o terreno fértil para os terroristas e alguns suicidas, a quem tudo tiraram, dando assim razão de ser a um Estado militar (3 anos de serviço militar obrigatório - 2 para as mulheres - e serviço de 30 a 60 dias por ano em unidades de reserva, até aos 40 anos - 24 anos para as mulheres), alimentando assim o poder dos falcões do regime e seus apoiantes (radicais judeus).


População Palestiniana da faixa de Gaza: 1.397.011 pessoas
Área total de Gaza: 365 km2
Densidade Populacional Gaza (população Palestiniana): 25.400 pess/km2
Densidade Populacional Gaza (população Palestiniana no campos de refugiados): 50.478 pess/km2
População Israelita nos colonatos da faixa de Gaza: 7.781 pessoas
Área total dos colonatos: 54 km2
Densidade Populacional Gaza (população Israelita): 665 pess/km2
Densidade populacional de Hong Kong (das populações mais ricas do mundo): 6.300 pess/km2.

O mesmo denominador: pessoas.Só pessoas. Mas aparentemente umas mais pessoas que outras.

Israel é um erro histórico e um dia a história encarregar-se-à de o corrigir.

Vi na televisão uma idosa remexendo nos destroços da sua casa em Rafah à procura dos seus medicamentos, e ela lembrou-me da minha avó que foi expulsa da sua casa durante o holocausto" - Ministro da Justiça Israelita.

KN

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